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Diabetes Tipo1

Confira algumas orientações e dicas sobre como usar o glicosímetro para medir a glicemia de forma rápida e segura, quantas vezes precisar.

Quem precisa fazer um controle de glicemia mais rigoroso e frequente, muitas vezes precisa parar tudo o que está fazendo para fazer a medida da glicemia, e isso pode se tornar um problema na rotina.

Para facilitar, existe um dispositivo preciso e eficaz, utilizado por muitas pessoas chamado glicosímetro ou aparelho medidor de glicose. Sendo uma ótima opção para quem tem hipoglicemia, pré-diabetes ou diabetes.

A boa notícia é que usar um glicosímetro não é uma tarefa complicada. Qualquer pessoa capacitada pode usar o aparelho sozinha, o que traz muita autonomia para quem precisa medir a glicose constantemente.

Para ajudar você a entender melhor o uso do glicosímetro, selecionamos algumas orientações sobre como usar o aparelho para medir a glicose de forma rápida e segura.

Saiba como funciona o glicosímetro 

Em geral, o aparelho vem com manual de instruções ensinando como fazer o teste, informações sobre a quantidade ideal de glicose no sangue e os valores considerados hipoglicemia e hiperglicemia.

Para fazer o teste em casa, é preciso ter o kit medidor de glicose com o monitor de glicose, tiras reagentes, caneta lancetadora e lancetas.

Confira 5 etapas para usar o glicosímetro 

Se você nunca utilizou um glicosímetro e quer aprender como fazer o procedimento de forma rápida e segura, confira a seguir 5 etapas para medir a glicemia usando um Kit medidor de glicose.

Ao usar o glicosímetro pela primeira vez, o aparelho precisa ser configurado, e para fazer isso, basta inserir uma tira verificadora no aparelho. Em seguida, aparecerão na tela números em contagem regressiva de 5 segundos; logo após isso, o aparelho estará pronto para uso.

Após configurar o aparelho, confira as 5 etapas para medir a glicemia:

  1. Abra a caneta lancetadora para inserir a lanceta: Depois de encaixada, tirar a proteção da agulha girando a ponta circular da lanceta e fechar a caneta lancetadora.
  2. Ajuste a profundidade da agulha: Os números na ponta da caneta indicam a profundidade com que a agulha vai furar o dedo. Geralmente, a maior profundidade é recomendada para os adultos, enquanto as mais baixas são para bebês e crianças, que possuem uma pele mais fina. Caso necessário, basta ajustar conforme for realizar os testes.
  3. Ligue o aparelho: Na tela aparecerá o desenho de uma fita, indicando o momento de inseri-la no aparelho. Sem encostar os dedos nas extremidades da fita, observe onde tem uma seta e insira a fita na direção indicada. Quando encaixada, aparecerá o desenho de uma gota de sangue na tela avisando que o aparelho está pronto para uso.
  4. Higienize as mãos: Lembre-se, antes de furar o dedo, é preciso higienizá-lo com álcool. Depois disso, comprima a base da falange do dedo até ficar vermelha e encoste a caneta lancetadora na lateral do dedo e aperte o botão. Saiba que, por conta das terminações nervosas, a região lateral do dedo poderá doer menos comparado ao meio do dedo.
  5. Faça a medição: Com o dedo furado, é preciso apertar para sair o sangue e encostá-lo na ponta da fita. Faça uma contagem regressiva de 5 segundos e logo aparecerá na tela seu nível de glicemia.

Descubra quais os valores de referência dos níveis de glicemia

Logo após verificar a quantidade de açúcar no sangue, faça a análise dos valores de referência para saber se seus níveis de glicemia. 

Confira os valores aproximados:

  • Hipoglicemia: igual ou inferior a 70 mg/dL
  • Normal: Entre 70 e 140 mg/dL
  • Hiperglicemia : igual ou superior a 140 mg/dL.

Fique atento aos principais cuidados ao medir a glicose

Para realizar os testes de forma segura, existem alguns cuidados que você precisa ter com o kit medidor de glicose.

  • É importante que você leia o manual de instruções antes de usar o aparelho. Em geral, os aparelhos são usados de forma similar, mas cada marca tem suas próprias configurações.
  • O teste de medição da glicose com o glicosímetro deve ser feita apenas com o sangue retirado dos dedos.
  • As agulhas (lancetas) e as fitas são descartáveis. No caso das lancetas, devem ser descartadas em um reservatório próprio para lixo perfuro cortante, para evitar possíveis acidentes.
  • As fitas que ainda não foram usadas devem ser guardadas na embalagem original, em local fresco, sem exposição ao sol ou calor.
  • Verifique sempre se as fitas estão na validade; caso não estejam, não use e descarte.
  • O glicosímetro deve ser usado com fitas reagentes do mesmo fabricante.
  • Faça a limpeza do seu aparelho de forma correta, as informações sobre como limpar costumam vir no manual de instruções de cada aparelho.

Onde comprar e qual marca escolher

Os glicosímetros estão disponíveis em várias marcas e seu uso deve ser orientado pelo médico, que indicará a frequência de medições da glicemia. 

Os aparelhos podem ser adquiridos em farmácias ou na Internet e quase todos os aparelhos vêm acompanhados de lancetas e tiras.

Antes de comprar, lembre-se de conferir qual a quantidade de acessórios oferecida pela marca e modelo de aparelho. Por exemplo, alguns modelos vêm apenas com 10 lancetas e tiras e outros entre 50 e 100.

Além disso, o glicosímetro pode ser vendido com acessórios ou separadamente. Assim como, a caneta lancetadora, as tiras e as lancetas podem ser compradas em separado também.

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Saiba como é diagnosticado o diabetes tipo 1 e fique atento aos sintomas mais comuns dessa doença presente em pessoas do mundo todo. Confira!

O primeiro passo para diagnosticar o diabetes é ficar atento aos sintomas. Entre os mais comuns, fome excessiva, sede excessiva, visão embaçada, fadiga, micção frequente e até mesmo perda de peso.

Se você ou outra pessoa da sua família estiver apresentando um ou mais sintomas, é recomendado agendar uma consulta com um médico para entender as causas e se o quadro poderá estar relacionado a diabetes.

Antes de ir à consulta, lembre-se de anotar quaisquer novos sintomas ou mudanças recentes na sua vida. Se necessário, o médico poderá usar essas informações para ajudar no diagnóstico.

Lamentavelmente, o diabetes não tratado pode resultar em problemas graves de saúde. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para minimizar os danos ao organismo de qualquer pessoa, independente da idade.

Confira a seguir quais são os exames mais comuns para diagnosticar o diabetes e fique atento caso você ou outra pessoa da sua família apresente sinais dessa doença silenciosa.

Exames comuns para diagnosticar diabetes

Glicemia de jejum

O paciente precisa fazer jejum de 8 horas antes de estimar a quantidade de glicose no sangue, através do exame de glicemia de jejum,

Através da análise da coleta de sangue é possível identificar o diabetes por meio de níveis elevados de glicose, um distúrbio chamado hiperglicemia.

Confira a tabela de valores:

  • Normal: abaixo de 100 mg/dl
  • Pré-diabetes: entre 100 e 125 mg/dl
  • Diabetes: mais de 125 mg/dl

Para obter um resultado mais preciso, o médico poderá solicitar outros exames que também identificam o diabetes, como hemoglobina glicada e teste oral de tolerância à glicose ou curva glicêmica.

Teste oral de tolerância à glicose

Conhecido também como exame da curva glicêmica, o teste avalia o funcionamento do organismo exposto a várias concentrações de glicose. Dessa forma, o exame calcula a glicemia antes e depois da ingestão do líquido açucarado.

A coleta acontece em três etapas:

  • A primeira realizada em jejum de pelo menos 8 horas;
  • A segunda após 1 hora após a ingestão da bebida açucarada;
  • A terceira 2 horas após a primeira medição.

Este exame requer jejum de 8 horas para que a primeira coleta de sangue seja realizada. A segunda coleta será realizada após 2 horas da ingestão de um líquido açucarado com 75 gramas de glicose diluídas em água.

Confira a tabela de valores após duas horas de ingestão:

  • Normal: glicemia abaixo de 140 mg/dl e 199 mg/dl
  • Pré-diabetes: glicemia entre 140 mg/dl e 199 mg/dl
  • Diabetes: glicemia igual ou superior a 200mg/dl

Hemoglobina glicada

Esse teste, também chamado de hemoglobina glicosilada, é realizado a partir da coleta de sangue com o paciente em jejum para avaliar a quantidade de glicose no sangue dos últimos 3 meses.

Confira a tabela de valores:

  • Baixo risco: inferior a 5,7%
  • Risco de diabetes: entre 5,7% a 6,4%
  • Diabetes: igual ou acima de 6,5%

O exame também é usado para acompanhamento da diabetes, e quanto maior forem os níveis, maior o risco do paciente desenvolver outras complicações como doenças cardíacas, cegueira e insuficiência renal.

Frutosamina

Esse exame mede os níveis de glicação da albumina, uma proteína presente no sangue. A partir da sua avaliação, é possível visualizar o controle glicêmico no sangue nas últimas duas semanas.

Sendo indicado quando o médico precisa saber a média de glicose em períodos menores ou quando a medição da hemoglobina glicada não é confiável.

No caso da frutosamina, os valores variam de acordo com o laboratório de análises clínicas.

Glicemia pós-prandial

Pós-prandial significa depois de uma refeição, por isso, o exame avalia os níveis de glicose no sangue após a ingestão de alimentos, pois os níveis de concentrações de glicose sobem cerca de 10 minutos após a refeição.

A hiperglicemia, neste caso, é uma das primeiras alterações em pacientes diabéticos.

Confira a tabela de valores após duas horas de ingestão:

  • Meta geral: 140 mg/dl
  • Casos especiais: até 180 mg/dl

Prevenção: realizar consultas e exames periodicamente para diagnosticar o diabetes

Os sintomas do diabetes são muito comuns, por isso, em muitos casos a doença não é percebida pela pessoa ou poderá demorar muito tempo para perceber os sintomas que já estão avançados.

Portanto, a única maneira de diagnosticar a diabetes com antecedência é realizar consultas e exames periodicamente, sob orientação do médico, para entender qual exame é o mais indicado e fique sempre atento aos sintomas da diabetes.

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Conheça os principais sintomas do diabetes tipo 1 e fique atento à sua saúde e da sua família, pois essa doença pode ser perigosa, quando não tratada.

Mundialmente, o diabetes tornou-se um sério problema de saúde pública impulsionado por uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos da população.

Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da IDF mostram que existem mais de 460 milhões de adultos com diabetes em todo o mundo. O Brasil é o 5º país no ranking, com 16,8 milhões de doentes adultos, perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Falando especificamente do diabetes tipo 1, a literatura médica fala em 10% do total de casos de diabetes – o que ainda representa uma população imensa, tanto no Brasil, como no mundo. 

Diante desse cenário, é importante compreender quais são os sintomas do diabetes tipo 1, e ficar atento caso você ou outra pessoa da sua família apresente esses sinais, pois muitas vezes essa é uma doença silenciosa.

Para começar, o que é o diabetes?

O diabetes tipo 1, ou Diabetes mellitus tipo 1, tecnicamente falando, é uma doença metabólica crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar/glicose no sangue. Isso acontece porque a insulina, o hormônio que transporta a glicose do sangue para o interior das células, não é produzida, por causas não conhecidas inteiramente pela ciência. A falta da insulina faz o açúcar se acumular no sangue, ao invés de ser utilizado pelas células do corpo.

Entenda os sintomas do diabetes tipo 1

Os sintomas costumam ocorrer quando os níveis de açúcar no sangue ficam elevados. Em geral, os principais sintomas são: fome, sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. Porém, os sinais podem variar de uma pessoa para outra.

O mais preocupante é que os sintomas podem aparecer de forma abrupta, sendo mais frequente em crianças, adolescentes e adultos jovens. 

Confira os sintomas comuns da diabetes tipo 1:

Sede frequente

Você já bebeu diversos copos de água, mas ainda sente que precisa de mais? Esse sintoma pode ocorrer porque você está desidratado. 

Ora, quando os níveis de açúcar no sangue aumentam, o organismo tenta extrair fluidos de outros tecidos para diluir o açúcar na corrente sanguínea. Esse processo poderá desidratar seu organismo, fazendo você sentir a necessidade de beber mais água.

Micção frequente

A micção frequente significa urinar mais do que o usual e poderá ocorrer porque seu corpo está tentando eliminar o excesso de açúcar ao urinar.

Beber uma quantidade excessiva de água pode fazer você urinar mais vezes ao dia. Porém, isso pode levar você a beber mais líquidos, o que agrava o problema de micção. 

Fome extrema

Neste caso, você sente fome mesmo depois de comer. Isso poderá ocorrer por que seus tecidos não estão obtendo energia suficiente dos alimentos que você come. 

Se o seu corpo não produzir insulina suficiente, o açúcar dos alimentos não conseguirá entrar nos tecidos para fornecer energia.

Isso poderá fazer com que seus órgãos emitam sinais, que podem ser interpretados como fome, na tentativa de fazer com que você coma mais.

Perda de peso inexplicável

Você pode comer normalmente e sentir fome constantemente, mas continua a perder peso. Às vezes, isso pode ser um sintoma da diabetes tipo 1. 

Se o seu corpo não está obtendo energia suficiente dos alimentos ingeridos, ele quebrará outras fontes de energia disponíveis no organismo. Isso inclui suas reservas de gordura e proteína. 

Quando isso acontece, você poderá perder peso repentinamente.

Fadiga frequente

O açúcar é uma das principais fontes de energia do seu corpo. Se você tem diabetes, a incapacidade do seu organismo de converter açúcar em energia, pode gerar sintomas de fadiga. 

Esse sintoma pode variar de uma sensação geral de cansaço até uma extrema exaustão.

Visão embaçada

Em alguns casos, níveis elevados de açúcar no sangue também podem causar o sintoma de visão embaçada. Isso poderá ocorrer porque o fluido pode se deslocar para o ducto ocular. 

Geralmente, este sintoma se resolve assim que os níveis de açúcar no sangue estão normalizados. Este caso é diferente da retinopatia diabética (RD), que ocorre ao passar do tempo em pessoas com níveis cronicamente elevados de açúcar no sangue.

Fique ligado! Se você ou outra pessoa da sua família tiver um ou mais sintomas de diabetes tipo 1, deverá entrar em contato com um profissional de saúde o quanto antes.

O que acontece se o diabetes não for detectado

Embora algumas pessoas com diabetes não apresentem sintomas ou apresentem apenas sintomas leves que parecem inofensivos, o diabetes não tratado pode ser muito perigoso.

Por exemplo, em pessoas com diabetes tipo 1, se os seus níveis de açúcar no sangue ficam muito altos, o quadro pode evoluir para uma cetoacidose. Esta é uma complicação aguda e grave, por isso, é preciso ter muita atenção em relação aos sintomas.Lembre-se, a melhor forma de prevenir a diabetes é praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável e evitar o consumo de álcool e tabaco.

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O diabetes tipo 1 responde por cerca de 10% dos casos de diabetes no mundo e acomete principalmente crianças e jovens. Assim como o diabetes tipo 2 (mais comum e conhecido), também se caracteriza pelo excesso de açúcar no sangue. As causas envolvidas, porém, são diferentes. Quer saber mais? Continue lendo!

O diabetes tipo 1 se caracteriza pelos níveis altos de glicose (açúcar) no sangue. Isso ocorre porque o organismo das pessoas com diabetes não tem a capacidade de controlar a taxa sanguínea de açúcar, conhecida como glicemia.

O que é o açúcar no sangue e por que ele é importante?

A glicose, principal açúcar no sangue, é a mais importante fonte de energia para o organismo. As fontes de glicose são os alimentos, tais como: frutas, legumes, pães, massas etc. Esses alimentos contêm carboidratos, que são convertidos em glicose pela digestão. 

Nosso corpo regula a quantidade de glicose no sangue de uma forma bastante complexa. Um dos principais hormônios envolvidos nesse controle é a insulina

Quando nos alimentamos, a comida é digerida e, consequentemente, a quantidade de glicose no sangue aumenta. Um órgão que temos no abdome (logo atrás do estômago), chamado pâncreas, é estimulado por essa quantidade aumentada de glicose e começa a secretar insulina para a corrente sanguínea. 

É a insulina que “ordena” que as células do corpo coloquem a glicose para dentro . Essa glicose dará a energia que cada célula precisa para manter seu funcionamento. 

Quando os níveis sanguíneos de glicose se normalizam, o estímulo sobre o pâncreas cessa, e ele deixa de secretar a insulina. 

Qual a causa do diabetes?

Agora que você já entendeu como o nosso corpo regula a glicose no sangue através da insulina, poderá entender o que pode acontecer quando alguém tem diabetes.

A causa do diabetes tipo 1

Uma primeira possibilidade é o pâncreas simplesmente deixar de produzir insulina. Isso ocorre por causas autoimunes (que ainda não são bem conhecidas pela ciência), isto é, quando o sistema imunológico (responsável pelas nossas defesas) ataca as células do pâncreas que produzem esse hormônio, conhecidas como células beta . A doença que decorre da situação que acabamos de descrever é o diabetes tipo 1 . Como a pessoa não pode mais produzir a insulina de que precisa, acaba tendo a necessidade de receber essa insulina de forma exógena, artificial. É por essa razão que, faz algum tempo, esse tipo de diabetes era chamado de insulinodependente. 

O diabetes tipo 1 acomete principalmente crianças e jovens, sendo responsável, nesta faixa etária, por quase 70% dos casos . Ao longo do tempo, ele também foi chamado de diabetes juvenil. É uma das doenças crônicas mais comuns da infância. Embora crianças de qualquer idade possam desenvolver a doença, é mais comum o diabetes aparecer em torno dos 5 ou dos 12 anos. 

Existe um componente familiar importante : quem tem um irmão com diabetes tipo 1 tem 8% mais chances de desenvolver a doença. Se esse irmão for gêmeo, esse risco adicional pode subir para 50%. 

Já o diabetes tipo 2, que não é o nosso foco neste texto, acontece quando o indivíduo até produz boas quantidades de insulina. As células do corpo é que não conseguem responder adequadamente a ela, num fenômeno que os médicos chamam de resistência à insulina. Essa situação ocorre normalmente em indivíduos com 30 anos de idade, ou mais, acima do peso e com histórico familiar de diabetes. 

Quais os sintomas do diabetes tipo 1

Normalmente os sintomas do diabetes tipo 1 são de instalação abrupta (alguns dias a poucas semanas), e muitas vezes o diagnóstico é feito durante um episódio de cetoacidose diabética , uma complicação aguda e séria do diabetes tipo 1 que vamos apresentar mais adiante. 

A falta de insulina e o acúmulo de glicose (que acontece em consequência) explicam os sintomas do diabetes. Sem insulina, as células não conseguem acesso ao açúcar e assim a pessoa pode ter um aumento da fome e, frequentemente, também se sente muito cansada, indisposta. Além disso, o corpo acaba tendo que obter energia de outra forma, a partir dos estoques de gordura e, por isso, a pessoa emagrece muito. Como o açúcar que não entra nas células se acumula no sangue, o organismo tenta eliminar o “excesso” de açúcar aumentando a sede, fazendo a pessoa beber mais água e urinar mais vezes. 

Algum tempo após o diagnóstico do diabetes tipo 1, pode acontecer de os sintomas acima melhorarem, ou até desaparecerem. A esse fenômeno se dá o nome de “ fase de lua de mel ” e ele ocorre porque, de alguma forma, o pâncreas recupera (ainda que parcialmente) a função de produzir e secretar insulina, normalizando os níveis de glicose no sangue. Essa fase, embora possa ser longa, é sempre temporária, sendo seu término marcado pelo retorno do quadro clínico. 

Como é feito o diagnóstico do diabetes tipo 1 em crianças?

A suspeita de que uma criança pode ter diabetes tipo 1 acontece quando o médico identifica os sintomas ou ainda quando um exame (às vezes feito por outra razão) demonstra a presença de glicose na urina.

A confirmação desse diagnóstico é feita através da dosagem da glicose no sangue (glicemia). Esse exame pode ser realizado das seguintes maneiras:

  • pela dosagem da glicemia de jejum , isto é, antes de a criança comer;
  • pela dosagem de uma glicemia qualquer (sem preocupação com o jejum); ou
  • por meio de um exame chamado Teste de Tolerância Oral à Glicose (também chamado de Curva Glicêmica), que consiste numa série de dosagens da glicemia, após a criança ingerir quantidades conhecidas de uma solução com glicose, em intervalos determinados.

Um outro exame que vale mencionar, embora seja utilizado mais para acompanhar o diabetes do que para fazer o diagnóstico, é a dosagem da Hemoglobina A1C , conhecida como hemoglobina glicada ou glicosilada. 

A hemoglobina é a proteína que carrega o oxigênio em nossas hemácias, as células vermelhas do sangue. Quando exposta durante um longo intervalo a glicemias elevadas, ela se combina com a glicose, formando a Hemoglobina A1C. Como essa combinação acontece de forma lenta, esse exame serve mais para o médico saber como tem andado a glicemia nos últimos meses, do que para fazer o primeiro diagnóstico do diabetes. 

Crianças e adolescentes que apresentam sintomas sugestivos de diabetes e exames de glicemia alterados em duas ou mais ocasiões, são diagnosticadas diabéticas.

Como é o tratamento do diabetes tipo1?

O diabetes tipo 1 não tem cura, segundo o que sabemos até o momento, sendo considerado, portanto, uma doença crônica. Mas, se não tem cura, o diabetes tipo 1 pode ser controlado, por meio de mudanças nos hábitos de vida e pelo uso de insulina. 

Em todas as situações, o foco do tratamento do diabetes tipo 1 é evitar as complicações agudas, como:

  • a hipoglicemia ou 
  • a cetoacidose diabética

e também as crônicas, decorrentes da hiperglicemia:

  • doenças cardiovasculares;
  • problemas renais;
  • problemas de visão e 
  • feridas nos pés. 

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Atividade física e alimentação adequada para crianças diabéticas 

Antes de mais nada, a dieta da criança diabética deve ser uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, como a de qualquer criança. As refeições podem seguir os padrões que a criança já tinha antes do diagnóstico. Além disso, devem ser feitas de forma regular e, embora essa não seja uma regra rígida, manter as refeições e lanches no mesmo horário e com quantidades semelhantes de carboidratos costuma ajudar no controle da glicemia. 

A atividade física, feita de forma regular, melhora o controle da glicemia e ajuda na manutenção do peso da criança. O cuidado a se tomar, no caso, é o de evitar a hipoglicemia (baixa de glicose no sangue), em função de exercícios mais vigorosos. Algumas crianças podem precisar ingerir um pouco mais de carboidratos antes ou durante a atividade. 

Frutas, legumes, alimentos integrais e ricos em fibras devem ser priorizados. Por outro lado, alimentos ultraprocessados, doces, refrigerantes, assim como alimentos e bebidas com açúcar ou gordura saturada, devem ser evitados. A orientação de um nutricionista ajuda na elaboração de um cardápio gostoso e funcional.

Terapia com insulina

Como o corpo não produz a insulina necessária para que as células capturem a glicose do sangue, as crianças e jovens com diabetes tipo 1 necessitam receber a insulina artificialmente, de acordo com a prescrição do médico. Existem três conceitos importantes para conhecer, quando o assunto é terapia com insulina: os tipos de insulina, os esquemas de uso e os dispositivos para aplicação. 

Tipos de insulina

Os vários tipos de insulina disponíveis no mercado são classificados de acordo com algumas características funcionais:

  • o início de ação – o tempo necessário para que a insulina comece a agir no organismo, após a sua aplicação;
  • o pico – o intervalo até que a insulina atinja seu nível máximo de atividade; e
  • a duração da ação – o período em que a ação da insulina ainda é detectável no organismo. 

Então, para cada paciente, a tarefa do médico é combinar, da melhor forma possível, os diferentes tipos de insulina (considerando as características acima), de forma a manter a glicemia sob controle, evitando episódios agudos de hipoglicemia ou as complicações de longo prazo, associadas à hiperglicemia. 

Esquemas de uso da insulina

Embora cada criança ou jovem seja diferente, a prática clínica tem demonstrado maior chance de sucesso no controle da glicemia quando um desses esquemas de uso é seguido:

Esquema de Múltiplas Doses de Insulina

Esse esquema consiste em aplicar uma ou duas doses diárias de insulina de longa duração (chamada de dose basal), intercalando com doses adicionais de insulina rápida (dose em “bolus”), logo antes das refeições. A grande vantagem desse esquema é a flexibilidade, isto é, a dose em “bolus” pode ser ajustada conforme o horário e a quantidade de comida na refeição da criança.

Bomba de Insulina

No esquema de bomba, uma pequena dose (basal) de insulina rápida é administrada através de um cateter que fica localizado sob a pele. Doses adicionais (“bolus”)podem ser administradas manualmente, conforme as refeições ou mesmo se ocorrer um episódio de hiperglicemia. Esse esquema tem como vantagens a menor necessidade de “picadas” (injeções) e a possibilidade de um controle mais fino da dosagem ao longo do dia. 

Insulinas Mistas ou Bifásicas

São apresentações que combinam dois tipos de insulina (uma lenta e uma rápida), em proporções definidas, como 70/30 (70% insulina lenta e 30% rápida) ou 75/25. Habitualmente, são administradas duas doses, uma no café da manhã e outra no jantar. Esse é um esquema com menos “picadas” também, e mais fácil de administrar. 

Dispositivos para aplicação da insulina

O dispositivo mais antigo e mais conhecido é a seringa . A dose de insulina é aspirada de um frasco (que precisa ser mantido em geladeira, entre 2 e 8 graus de temperatura) e então aplicada, com o uso de uma agulha fina, no tecido subcutâneo (sob a pele) do braço, da coxa ou da barriga. 

Já a caneta de insulina é um dispositivo que contém um cartucho com várias doses de insulina, que podem ser aplicadas de forma muito prática e conveniente ao longo do dia. O ajuste da dose pode ser feito ao girar a extremidade da caneta.

O dispositivo mais moderno é a bomba de insulina . Como o nome diz, a insulina é bombeada de um reservatório para o tecido subcutâneo por meio de um pequeno cateter. Esse é o método menos doloroso porque o local de instalação desse cateter só precisa alternado a cada 2-3 dias. A bomba é programada para infundir uma dose mínima de insulina rápida ao longo do dia (dose basal), podendo ser acionada para doses adicionais, sempre de insulina rápida, nas refeições ou em caso de hiperglicemia (dose em “bolus”). As bombas inclusive podem ser programadas para administrar diferentes doses de insulina durante o dia ou à noite. 

Já existem versões que combinam a bomba com monitores contínuos de glicemia (ver adiante) em um único dispositivo, permitindo um funcionamento mais próximo do que seria o de um pâncreas normal. 

Qualquer que seja o dispositivo, é importante alternar o local de aplicação, uma vez que o excesso de aplicações de insulina num único local pode causar a formação de nódulos de gordura no tecido subcutâneo. O acúmulo desses nódulos pode prejudicar a absorção da insulina injetada e, assim, tornar mais difícil o controle da glicemia. 

Monitoramento da glicemia

Independente do tipo de insulina, do esquema de uso ou do dispositivo, uma coisa é certa – a eficácia e a segurança da terapia com insulina dependem do monitoramento frequente e adequado da glicemia.  

Isso pode ser feito com aquele pequeno aparelho, que todo mundo conhece, o glicosímetro – popularmente conhecidos como monitores . A pessoa faz um furo pequenino na ponta do dedo, usando um acessório chamado lanceta, que tem uma agulha muito pequena na ponta. Então deixa o sangue que sai por esse furo no dedo gotejar numa tira com reagentes químicos, já inserida no aparelho, que faz a leitura e retorna o resultado em poucos segundos. Esse é um método simples, rápido e pouco doloroso (a não ser que muitas picadas sejam necessárias ao longo do dia). 

Uma outra maneira é monitorar continuamente a glicemia , por meio de sistemas próprios para esse fim. Esses sistemas usam um pequeno sensor de glicose que é colocado sob a pele e mede a glicemia em intervalos de 1 a 5 minutos, durante as 24 horas do dia. Alguns desses sistemas precisam de calibração (com o uso do glicosímetro), outros não – funcionam bem sem ela. Contam também com alarmes que acusam situações de glicemia acima ou abaixo do esperado, e são tipicamente usados por pacientes que recebem a insulina por meio da bomba de insulina. 

Como evitar complicações do diabetes tipo1 

O acompanhamento da saúde da pessoa com diabetes tipo 1 deve ser feito periodicamente, conforme a orientação do médico. Em geral, é importante acompanhar a hemoblogina glicada a cada três meses , e avaliar anualmente a saúde dos olhos e dos rins. No mais, o médico pode também buscar saber a quantas andam o colesterol, os triglicérides e, eventualmente, a pressão arterial. 

Sem dúvida, o foco do acompanhamento é evitar as complicações, tanto as crônicas (que acabamos de mencionar), quanto as agudas: a hipoglicemia e a cetoacidose diabética

Hipoglicemia

A hipoglicemia (baixa de glicose no sangue) pode acontecer por conta de uma dose muito alta de insulina, porque a criança não se alimentou com regularidade, ou porque praticou atividades físicas por um período muito longo, sem se alimentar. O tratamento, obviamente, consiste em dar o açúcar necessário: na forma de solução, gel, bala ou até mesmo um suco de frutas! E é importante que o tratamento seja feito rapidamente, porque a hipoglicemia não tratada pode resultar em fraqueza, desmaio, coma e até morte. 

Cetoacidose Diabética

Já a cetoacidose diabética acontece mais frequentemente em crianças ainda não diagnosticadas. Ocorre que, na falta de glicose para gerar energia dentro das células, o corpo começa a produzir essa energia por meio da quebra de gorduras. Um dos produtos dessa quebra de gorduras são as cetonas. O problema das cetonas na corrente sanguínea é que elas tornam o sangue ácido, podendo causar vários problemas: desidratação, desequilíbrio em vários minerais do sangue (como o potássio), inchaço no cérebro, coma e até a morte. O quadro clínico deve sempre chamar a atenção dos pais (e dos médicos): náusea, vômitos, fadiga, dor abdominal e um hálito típico, que cheira a removedor de esmalte de unha

Convivendo com o diabetes tipo 1

É claro, um diagnóstico de diabetes tipo 1 abre as portas para toda a sorte de dúvidas, medos e ansiedade. 

Mas lembre-se: seu filho(a) precisa de você. Entender que tem uma doença para a vida toda pode ser um desafio e tanto. Raiva, tristeza e até mesmo a negação podem aparecer… Se isso acontecer, não deixe de conversar a respeito com seu médico e, se puder, procure ajuda especializada, de um psicólogo. O mais importante: esteja próximo de seu filho(a). 

Além disso, nessa hora, é importante você se lembrar de que não está sozinho. Além do esforço e da dedicação de muitos profissionais de saúde (desde as salas de consultório até as bancadas dos laboratórios de pesquisa), você conta também com outros pais, familiares, amigos e pacientes que estão, nesse momento, passando pelo mesmo que você. Todas essas pessoas, você encontra aqui, na comunidade Tipo 1!

Fizemos tudo com muito carinho, para que você encontre o que precisa – informação, amigos, serviços e produtos – para cuidar bem da sua saúde (ou da saúde de quem você mais ama!). Seja bem-vindo!

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