Salute

Colostomias

A Irrigação da colostomia é uma técnica relativamente pouco conhecida, apesar de não ser nova. Consiste em infundir um volume de água morna através do estoma, para provocar o cólon a uma resposta, na forma de eliminação de fezes. Funciona de forma semelhante ao enema (a chamada “lavagem intestinal”). Serve para “treinar” o cólon para a continência fecal, isto é, dar ao indivíduo o controle sobre o momento da eliminação das fezes.

Nem todos os ostomizados podem ser submetidos à irrigação. Apenas as pessoas que têm colostomia descendente ou sigmoide. Preferencialmente aquelas que tinham um hábito intestinal regular (evacuavam a intervalos regulares) antes da cirurgia.

O primeiro passo para decidir tentar a técnica de irrigação é conversar a respeito com o seu médico. Ele poderá orientar você sobre todas as vantagens e dificuldades do procedimento, tirar todas as suas dúvidas e indicar a você um enfermeiro estomaterapeuta com experiência na irrigação. Esse profissional é de fundamental importância para ensinar a você corretamente o passo a passo do procedimento.

Equipamentos

Os equipamentos necessários para a irrigação são:

  • bolsa de irrigação com marcação de volume e equipo com regulador de fluxo (algumas delas vêm com termômetro integrado, para controle da temperatura da água);
  • cone flexível que será inserido no estoma e;
  • manga de irrigação que recobre o estoma, tem uma abertura para manipulação do mesmo numa extremidade e a outra na extremidade oposta, que será colocada dentro do vaso sanitário.

Como realizar a irrigação da colostomia?

É importante fixar um horário para realizar o procedimento todos os dias. Isso ajudará no treinamento do cólon para assegurar a continência das fezes. O procedimento todo deverá durar em torno de uma hora. É importante ter o banheiro só para você nesse tempo.

Vídeo

Confira como é o procedimento de irrigação da colostomia:

Vídeo: Coloplast US

Criando uma rotina para a irrigação da colostomia

No início, você deverá repetir esse procedimento todos os dias, sempre no mesmo horário. É possível ir aumentando o intervalo entre as sessões de irrigação. Há quem consiga irrigar a cada 48 horas, sem nenhuma eliminação involuntária nos intervalos. Há relatos de quem consiga permanecer sem irrigar por três dias sem incidentes!

Nos intervalos entre as sessões de irrigação, tão logo você esteja treinado na técnica e tenha adquirido a confiança necessária, poderá dispensar a bolsa de ostomia. Uma pequena capa de estoma mantém o estoma fechado, garantindo higiene, conforto e discrição.

Mas atenção!

Não tente se auto aplicar a irrigação sem antes ter conversado com o seu médico e recebido as orientações necessárias do enfermeiro estomaterapeuta.

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Entenda quais são as mudanças na rotina familiar da pessoa ostomizada e como lidar com estas questões da melhor maneira possível para realizar os cuidados com a ostomia e sem complicações. Confira!

Sem dúvida, a realização da cirurgia de ostomia exige algumas mudanças e readaptações no cotidiano familiar. Em princípio, é normal que os familiares se sintam inseguros e tenha dúvidas sobre diversos assuntos relacionados à ostomia. Porém, com a prática diária em cuidar da pessoa ostomizada, logo se adaptam aos procedimentos e cuidados com a ostomia.

Aprenda a cuidar da ostomia ainda no hospital

Por isso, antes da cirurgia, quando estiver no hospital acompanhando a pessoa ostomizada, é importante tirar todas as dúvidas possíveis com os médicos, enfermeiros ou com o estomaterapeuta, profissional que atua nos cuidados a pacientes com estomias.

Neste período, você certamente será convidado a auxiliar a enfermeira durante os procedimentos de troca de bolsa. Com certeza, será uma boa oportunidade para você ganhar confiança e perceber se está preparado para cuidar da ostomia em outra pessoa.

Além disso, procure fontes confiáveis de informação, como livros, sites, comunidades online, vídeos e grupos de discussão para informar as pessoas próximas na família.

Adaptações após a cirurgia de ostomia

Após a cirurgia, o familiar responsável por cuidar da pessoa ostomizada precisará aprender a lidar com a bolsa de ostomia, o que exige o conhecimento de novas habilidades. Por exemplo, aprender a esvaziar e trocar a bolsa, trocar a placa base e realizar os cuidados com a pele ao redor do estoma.

Além da necessidade de lidar com os acessórios da bolsa de ostomia, por exemplo, o anel de barreira, cinto de ostomia, pastas protetoras e saches gelificantes.

Confira como fazer a troca da bolsa em 8 etapas

Inicialmente, é natural o familiar cuidador ter dúvidas de como trocar a bolsa de ostomia. Mas o processo é mais simples do que você imagina. Para isso, serão precisos apenas 8 passos:

Separe os produtos e acessórios

Deixe próximo tudo o que precisará para realizar a troca: um novo sistema de bolsa (uma ou duas peças), toalha limpa, gaze ou compressas, sabonete líquido, além de outros produtos para cuidado com a ostomia;

Higienize suas mãos

Lave suas mãos minuciosamente com água e sabão. Se não for possível, utilize um higienizador antibacteriano como o gel antisséptico;

Retire a bolsa de ostomia

Com uma das mãos, segure a pele da barriga. Com a outra mão, descole lentamente a bolsa, usando a borda da barreira para removê-la com maior facilidade;

Higienize a pele periestomal e o estoma

Com uma compressa ou gaze umedecida com água morna limpe gentilmente o estoma e, em seguida com uma nova compressa embebida em água e sabão neutro, higienize a pele periestomal. Em seguida, seque a região com uma compressa, lenço de papel ou toalha limpa;

Prepare a pele para receber a nova bolsa

Observe a pele periestomal e o estoma antes de aplicar a nova barreira, verifique se a pele está limpa e seca, caso contrário a aderência do adesivo poderá ficar prejudicada;

Prepare a nova bolsa

Verifique se a base adesiva está no tamanho adequado para o estoma – caso a base seja recortável. Coloque na bolsa produtos para ajudá-lo com o odor – como saches gelificantes por exemplo;

Posicione a placa adesiva sobre a pele

Cole a placa adesiva na pele, começando pela parte inferior. Prossiga com cuidado, para as laterais da placa e depois a parte superior. Segure a placa com a mão por cerca de 40 segundos, pois o calor ajuda na aderência da placa.

Programe a próxima troca

A frequência da troca da bolsa varia de acordo com a necessidade de cada um. Porém, nunca ultrapasse um período superior a 7 dias sem trocar o seu sistema de bolsa.

Para a troca da bolsa, considere alguns fatores

  • Condições da bolsa, como a integridade de suas partes;
  • Ocorrência de vazamentos;
  • Aderência entre o adesivo da base (ou barreira) e a pele;
  • Aspecto da pele em torno do estoma, conhecida por pele periestomal.

Quando esvaziar a bolsa de ostomia

Sempre que a bolsa estiver cheia até um terço, ou no máximo a metade, você deve esvaziá-la. À medida que você se acostuma com os procedimentos e com os materiais, você perceberá que esvaziar a bolsa não é complicado.

Confira quando deve ser feito o procedimento:

  • É recomendado esvaziar a bolsa antes das refeições;
  • Antes da hora de dormir também é indicado fazer o procedimento;
  • Quando sair de casa, é recomendado esvaziar a bolsa antes para evitar contratempos.

Cuidados com a pele periestoma

pele periestomal é a base sobre qual todos os produtos relacionados aos cuidados com a ostomia serão aplicados. Por isso, esta região precisa de muito cuidado e atenção:

  • A pele dessa região deve ter um aspecto saudável, sem irritações ou lesões;
  • Apesar da região do estoma não ter sensibilidade, a pele dessa região é tão sensível quanto a pele de qualquer outra parte do corpo;
  • limpeza deve ser feita usando apenas água e sabonete neutro, de preferência líquido;
  • Lesões e feridas na pele, saliências avermelhadas são sinais de alerta de que essa pele pode estar irritada. Nesse caso, você deve procurar a ajuda de um profissional de saúde.

Confiança com os cuidados da ostomia é essencial!

Lembre-se, além de adaptar-se a presença do estoma, a pessoa ostomizada enfrentará algumas dificuldades. Por isso, é fundamental o cuidador da família demonstrar sua confiança com os cuidados da ostomia para ajudar neste momento de adaptação.

Por isso, manter uma atitude otimista é essencial. Afinal, é mais fácil para a pessoa com ostomia se adaptar a nova realidade com o apoio e carinho da família.

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Mulher olhando no espelho verificando se precisa de uma cinta para ostomia

Cinta para ostomia, faixa ou cinto para ostomia. Já ouviu falar sobre esse tipo de acessório? Estes três acessórios ajudam a manter a bolsa no lugar e reduzem a possibilidade de descolamentos da placa. Cada tipo possui uma função e você pode conhecê-las neste artigo!

Cinta para ostomia: qual é a função deste tipo de acessório?

Este tipo de acessório tem a função de proporcionar maior adesão da placa à pele, pois reduz a mobilidade do sistema, mantendo-o fixo junto à pele.

Em particular, proporciona maior sensação de segurança para quem tem dificuldade em conseguir uma aderência perfeita na placa, como nos estomas retraídos, por exemplo. A explicação é simples: a placa (ou mesmo a bolsa) apresentará maior ou menor aderência à sua pele, de acordo com a constituição do seu estoma (a forma como ele foi feito e como ele se projeta na sua parede abdominal), além das características da sua pele periestoma (ao redor do estoma).

Assim, se o seu estoma for plano, retraído ou se houver dobras ou irregularidades, você poderá se beneficiar do aumento de fixação do sistema de bolsa à pele promovido pelos cintos, cintas ou faixas.

Mesmo se você estiver no começo, na fase de adaptação do uso da bolsa de ostomia, é possível que o uso de um acessório como esse, faça você se sentir mais seguro. Afinal, ele manterá a bolsa fixa, lhe proporcionando segurança e ajudando a disfarçar a bolsa sob as roupas.

Este tipo de acessório possui três variações: cintoscintas e faixas para ostomia. Falaremos a seguir de cada uma delas.

Cintos para ostomia

Os cintos para ostomias são elásticos reguláveis, confeccionados especificamente para este uso. Possuem presilhas para que sejam afixadas às alças do sistema de bolsas.

Nem todos os sistemas de bolsa podem ser utilizados com este tipo de acessório. Então, para a utilização dos cintos para ostomia, sua bolsa ou placa precisará ter “alças”.

Além disso, um cuidado delicado na lavagem aumentará a longevidade do produto: recomenda-se a lavagem à mão com o sabão neutro, utilizando água fria e a secagem não deve ser feita na máquina de secar.

Porém, apesar dos bons cuidados, os cintos ainda precisarão ser substituídos regularmente para garantir a sua eficácia. Geralmente, entre 2 e 3 vezes por ano.

Como identificar a necessidade da utilização de uma cinta para ostomia?

Alguns desconfortos como:

  • bordas da barreira “levantadas” precocemente;
  • vazamentos consistentes em uma das bordas da placa ou
  • descolamentos da placa durante suas atividades regulares

podem indicar a necessidade de um cinto para ostomia.

Um cinto pode ajudar a manter a fixação do sistema de bolsa em seu abdômen evitando esses “levantamentos” e vazamentos.

Cintas para ostomia

As cintas para ostomia são confeccionadas com material de alta compressão, assim como as cintas pós cirúrgicas e modeladoras. Possuem diversos tamanhos ou podem ser confeccionadas sob medida. Assim, seu sistema de fechamento pode ser através de velcro ou colchetes – ambos possuem alto poder de sustentação.

Os modelos, comprimento da cinta e nível de compressão variam de acordo com o fabricante.

Os cuidados indicados são os mesmos dos cintos para ostomia ( lavagem à mão com o sabão neutro, utilizando água fria e a secagem não deve ser feita na máquina de secar. Priorize a secagem na sombra) Não se deve torcer o produto. Assim, após lavar e secar, colocar na geladeira por 30 minutos, na própria embalagem da cintaO resfriamento ajuda a manter as propriedades das fibras do tecido, mantendo a compressão da cinta.

Diferente dos cintos, as cintas apresentam durabilidade é maior. A troca do acessório varia de acordo com a frequência da sua utilização, mas deverá ocorrer a cada 12 ou 18 meses.

Quando usar a cinta para ostomia?

As principais funções deste produto são comprimir o abdômen e sustentar a bolsa de ostomia. Além disso, seu poder de compressão faz com que a bolsa seja protegida mesmo com movimentos bruscos, como enquanto pratica atividade física, por exemplo.

As cintas para ostomia também são indicadas para o tratamento de hérnias. Se este for o seu caso, fale com o seu médico ou enfermeiro estomaterapeuta, antes da utilização da cinta.

Faixas para ostomias

As faixas são confeccionadas com material de média compressão, sua principal função é disfarçar a bolsa de ostomia.

Apresentam um ou dois bolsos internos para colocar a bolsa de ostomia. Os modelos de faixas possuem dois bolsos, pois podem ser usados por pessoas que têm duas ostomias. Mas também podem ser usados sem nenhum problema por pessoas que tenham uma única ostomia de eliminação (de qualquer tipo).

Os cuidados indicados são os mesmos: lavagem à mão com o sabão neutro, utilizando água fria e a secagem não deve ser feita na máquina de secar. Além disso, evite torcer o produto e priorize a secagem na sombra.

Porém, as faixas geralmente perdem seu poder de compressão com maior facilidade do que as cintas para ostomias. Mesmo com os cuidados em sua manutenção, geralmente a troca do acessório deve ser feita a cada 10 ou 12 meses.

Quando usar a faixa para ostomia?

  • para “disfarçar” sua bolsa de ostomia ao usar roupas justas ou com transparência;
  • oferece apoio e estabilidade durante atividades físicas de baixo impacto, como caminhadas, por exemplo;
  • nos casos de vazamentos, a faixa aumenta a proteção de suas roupas ou lençóis e
  • é muito útil para quem possui duas ou mais ostomias. A faixa organiza as bolsas, promovendo maior conforto ao longo do dia.

Então, independente da escolha do seu tipo de acessório, fale com o seu médico ou enfermeiro estomaterapeuta. Temos certeza que você encontrará o melhor modelo para a suas necessidades!

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