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Ah, o verão! Estação do ano favorita dos brasileiros, uma oportunidade de curtir o sol e o calor. Quer seja nas areias das praias, dos rios ou dos lagos, quer seja nas piscinas e chuveirões, aproveitamos para encontrar a família e os amigos e para nos divertir. Porém, você sabe: não podemos descuidar da saúde, nem no verão dicas e cuidados com a ostomia são essenciais!

Uma das principais preocupações de uma pessoa com ostomia é a sua aparência. Até mesmo em função do medo de algum tipo de constrangimento, principalmente em público. Vazamentos, odores ou o próprio aparecimento da bolsa sob a roupa podem ser evitados – isso, é claro, se você não se sentir confortável em mostrá-la.

Além da aparência, que outras questões são importantes? Em que é necessário prestar atenção, para garantir que você consiga aproveitar a estação ao máximo, com a sua ostomia?

1. Mantenha a bolsa vazia

A  primeira dica de verão é esvaziar a bolsa sempre que for entrar no mar ou na piscina. Assim, não há o incômodo de interromper a diversão para esvaziá-la.

Além disso, o ideal é ter trocado a placa/base adesiva pelo menos 12 horas antes. Assim você garante a função máxima do adesivo, evitando surpresas com vazamentos ou descolamentos.

Outra dica: na praia ou na piscina, procure ficar próximo dos banheiros. Assim, você terá maior agilidade para acessá-los, caso ocorra algum vazamento.

2. Não esqueça o seu kit de emergência!

Outra dica essencial é que você não saia sem o seu kit de emergência, contendo pelo menos um clamp sobressalente, uma bolsa coletora e base adesiva pré-cortada extra. Assim, em caso de emergência, a bolsa, placa, toalha e demais acessórios estarão próximos para o uso.

3. Não descuide da proteção solar no verão!

É comum, no verão, redobrarmos os cuidados com a ostomia e esquecermos dos cuidados com a pele.

Então, não deixe de anotar na lista de itens essenciais da viagem: protetor solar! Não se esqueça que os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são os mais recomendados para a exposição mais longa ao sol – em suas atividades na praia, clube, parques, pesca etc. Ah!, e essa dica vale para o ano todo: proteção solar é essencial assim como a bolsa de ostomia. Por isso, use diariamente! rs

E, claro, não esqueça da camiseta, do chapéu e do óculos de sol. E, se puder, evite tomar sol entre as 09 e às 15h também — é o horário de maior concentração dos raios UV, prejudiciais à saúde.

Além disso, atenção às cicatrizes da sua cirurgia, caso a ostomia tenha sido recente. De acordo com um artigo produzido pela Sociedade Brasileira de Dematologia – SBD, o cuidado com as cicatrizes deve ser redobrado:

É importante também proteger as cicatrizes, especialmente as novas, que podem ficar escuras se expostas ao sol. Já as antigas também devem ser protegidas, pois há risco de desenvolvimento de tumores, apesar de ser um evento raro. A proteção pode ser feita com uso de barreiras físicas como adesivos, esparadrapos ou por meio do uso de filtro solar.Cuidados com a pele no verão – Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD

4. A dica de ouro do verão : use roupas de banho que te deixem confortável!

Procure por roupas de banho que te deixem mais confortável e seguro(a). Abuse do uso de estampas e diferentes modelos. Hoje, existe uma grande diversidade de opções de tamanho, modelo, tecido e cores. Se em todo caso não for possível, prenda a bolsa de forma segura na roupa de banho. O importante é que ela fique firme, e você confortável para se divertir!

5. Considere o uso de sachês gelificantes no verão – dicas e cuidados com a ostomia

O calor pode fazer com que o intestino deixe as fezes mais líquidas. Nesse caso, procure utilizar produtos como o gelificador para bolsas de estomia. Contudo, se a diarreia for persistente, o melhor é recorrer ao médico para evitar ficar complicações, como a desidratação. Não corra riscos à toa.

Dicas para entrar na água com a bolsa de ostomia

O verão é um convite para aproveitar o mar e a piscina: nadando, mergulhando ou praticando esportes aquáticos. Uma pessoa com a bolsa de ostomia não deve se privar dessas atividades. Pode aproveitar da mesma forma. Entretanto, é preciso estar atento a algumas recomendações.

Aí a preocupação é de a bolsa descolar, mas existem alguns materiais que auxiliam a mantê-la fixa e firme. Assim procure dar prioridade aos adesivos que são resistentes à água.

Produtos com essa característica normalmente são utilizados para tomar banho ou para proteger o estoma em situações de sudorese excessiva. Mas também podem ser usados por aqueles que querem aproveitar a água no verão.

Existem também faixas de natação unissex, que vêm em várias cores, para utilizar por baixo do maiô, ou à mostra mesmo, como uma cinta.

Para os mais antenados, existem biquínis para mulheres, bem como sungas e shorts para homens, com a cintura alta. Esses modelos são ideais para quem tem uma ostomia e quer se divertir sem preocupações.

A importância da hidratação no verão: dicas e cuidados com a ostomia

Outro assunto que merece uma atenção especial durante o verão, principalmente para quem tem uma ostomia, é tomar cuidado com a desidratação. A perda de líquidos é normalmente mais acelerada em pessoas com ostomia.

No verão, o calor aumenta a chamada perda insensível (pela respiração, pelo suor, etc.). Logo, maior atenção é necessária na hora de repor líquidos, para que não haja problemas com a saúde.

Por isso, adicione mais líquidos à sua meta diária. Além de água, abuse dos sucos e chás, consuma mais alimentos ricos em água, como melancia, melão, uva, tomates e pepinos.

Além disso, não fique todo o tempo exposto ao sol. Procure maneiras de se refrescar. Por isso, esteja sempre na sombra, quer seja debaixo de uma árvore ou do guarda-sol. Essa é uma dica de verão cuidados com a ostomia muito importante.

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Uma das principais dúvidas de quem já se recuperou da cirurgia é essa: “Como (e quando) voltar a dirigir depois da ostomia?” Se essa também é a sua dúvida, esse post é para você!

Dirigir é um daqueles assuntos para os quais, logo após a ostomia, infelizmente, muitos pensam: “Nunca mais”. Ledo engano. Apesar da aparente dificuldade para encarar a direção de um carro, dirigir com uma ostomia é uma possibilidade que está ao alcance de todos. Você dirigia antes e está ansioso para voltar? Ou nunca dirigiu e agora acha que não poderá mais? Prepare a habilitação! Esse post é para você!

É claro, ter uma ostomia exige que tenhamos um cuidado maior com relação a algumas atividades. Então, para que não tenhamos surpresas ou complicações, é fundamental seguir as orientações corretas. Mas a ostomia não é um impeditivo para que você realize nada – muito menos dirigir!

E então, você está com a habilitação em dia e falou com seu médico? Ele concorda com o seu retorno ao voltante? Ótimo! Continue a leitura e veja dicas práticas para dirigir com a ostomia, de forma confortável e segura.

Primeiros passos: voltando a dirigir depois da ostomia em lugares próximos e conhecidos

Quando ficamos muito tempo sem executar alguma atividade que fazia parte de nossas vidas, voltar a ela pode parecer uma tarefa difícil mas, com uma dose de paciência e força de vontade, conseguimos retomar essas rotinas na vida cotidiana.

Assim, a primeira dica é que você retome o ato de dirigir em percursos conhecidos (para a casa de familiares e amigos, por exemplo), tranquilos (ruas e avenidas com pouco trânsito, fora dos horários de engarrafamento) e de curta duração (até, no máximo, digamos, em torno de 20 minutos).

Aos poucos, você perceberá como seu corpo e suas emoções reagem perante o trajeto e todo o contexto de voltar a dirigir. Então você poderá aumentar a duração e as dificuldades, à medida que se sentir mais seguro.

Atenção ao atrito entre cinto de segurança, a bolsa coletora e estoma

Outro assunto que muito preocupa pessoas com ostomia é a questão da localização do cinto de segurança. O temor é que ele possa pressionar a bolsa coletora e também a região do estoma.

Se essa é também sua preocupação, tranquilize-se. Existem diversos acessórios que podem proporcionar mais conforto e segurança nessa situação. Por exemplo, faixas acolchoadas, toalhas ou mesmo algum objeto macio, que possa proteger o seu estoma.

Muitas pessoas ostomizadas acreditam que, por esse motivo, não poderão usar novamente o cinto, mas isso não é realidade. Seguindo as nossas dicas, essa adaptação tem tudo para ser muito tranquila. Por isso, nunca deixe de usar o cinto de segurança. É só tomar os cuidados corretos e não deixar que o cinto pressione o estoma e nem a bolsa coletora.

Tenha um kit de emergência reserva no seu veículo

Outra dica super valiosa. Ter em mãos o kit de materiais enquanto está fora de casa já é obrigatório – disso você já sabe. Mas pode ser interessante deixar alguns itens dentro do carro, principalmente se você utilizar o veículo diariamente. Isso porque, agindo assim, você vai se sentir mais seguro para voltar a dirigir.

De qualquer forma, lembre-se que alguns produtos são sensíveis em relação à temperatura ou outros fatores externos. Além disso, é importante observar prazos de validade, então não deixe esse estoque ficar lá pra sempre, ok?

Faça pausas durante o trajeto para se sentir seguro ao dirigir depois da ostomia

Em viagens com duração e distância maiores, descansar é fundamental. Nunca sobrecarregue seu corpo, e nem sua bolsa, para chegar mais rápido. Faça várias pausas durante sua viagem, sem pressa. Esvazie a bolsa coletora, nunca deixe que o limite seja atingido, se hidrate, ajeite e ajuste sempre que necessário seu cinto de segurança para ostomizados, e siga viagem. Fazer uma viagem tranquila é respeitar seu corpo, seus limites e suas necessidades.

Atenção aos efeitos colaterais de medicações

Alguns medicamentos possuem efeitos colaterais que dificultam ou impossibilitam a condução de veículos, como sonolência, relaxamento muscular, sensibilidade à luz, entre outros fatores. Por isso, evite dirigir sob efeito desse tipo de medicação. Se não houver outro jeito, e você precisar pegar o carro após ingerir algum tipo de medicamento com esses efeitos, entregue a direção para outra pessoa que esteja mais apta no momento.

Pra inspirar: histórias reais de pessoas com ostomia que dirigem normalmente!

Dirigir com ostomia é a realidade de muita gente. Pessoas com ostomia podem dirigir tranquilamente, e talvez você já tenha visto várias e nem sabia. Nas redes sociais e na internet, temos muitos casos de pessoas que compartilham suas histórias e dicas para conduzir um veículo.

O canadense Eric, do site Vegan Ostomy (em inglês), relata suas experiências sobre este e em outros assuntos, inclusive com dicas em relação ao cinto de segurança para ostomizados.

No Brasil, também temos relatos bem bacanas e motivadores de pessoas com ostomia, sobre diversos assuntos, como os da Vivi de Oliveira e da Juliana Bimbatti.

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Quem tem uma ostomia sabe: são muitos os cuidados a se tomar no dia-a-dia. Não é difícil, mas são necessárias boas doses de força de vontade e disciplina. Hoje porém vamos falar sobre um tópico específico: como medir o estoma.

A importância de medir o estoma corretamente

Antes de mais nada: por que é tão importante medir o estoma corretamente? Porque só uma medida correta torna possível escolher a placa adesiva certa. Sem a medida precisa do tamanho do estoma, o processo acaba sendo prejudicado e, você sabe, uma placa que não adere bem acaba gerando vazamentos.

Além disso, medir o estoma com exatidão, torna a aplicação da placa mais fácil e sua durabilidade maior, além de ajudar no funcionamento correto do equipamento, como um todo.

Então você já entendeu: não ter o encaixe perfeito entre a placa e o estoma pode trazer vazamentos e, com eles, irritação na pele, incômodo, dor, dificuldade para colar a placa, etc.

Como medir corretamente o estoma:

Então, vamos ao passo a passo de como fazer a medição correta. Primeiramente, é importante ter a régua correta para o cálculo. De modo geral, quando você compra uma placa/base adesiva que precisa ser cortada, a embalagem já traz uma régua com moldes de vários tamanhos de estoma. É só verificar aquele que encaixa melhor, e pronto: agora você já sabe qual a medida.

Entenda, o diâmetro do orifício da placa deve ter o mesmo tamanho do estoma. Não pode ser menor, sob risco de a placa machucar o estoma na aplicação. Se for maior, procure se certificar de que a diferença não seja superior a 3mm.

Você deve medir o tamanho do estoma periodicamente, para garantir que a placa esteja sempre bem encaixada com ele. E tanto faz se a placa for daquelas que já vêm cortadas ou se é das que você mesmo precisa cortar.

Aliás, se esse for o caso, isto é, se você usa uma placa que precisa ser cortada antes do uso, tenha em mente que, mesmo após a medição inicial, é importante fazer o teste para conferir se realmente o tamanho ficou preciso. Depois de feito este passo, pode ser aplicada a placa.

Dicas úteis para realizar o processo de medição do estoma

Utilize uma tesoura de ponta curva que ajude na tarefa

A primeira dica é o usar uma tesoura que tenha a ponta curva (levemente inclinada), pois ela torna mais fácil o corte de formas arredondadas.

Acompanhe as mudanças do seu estoma frequentemente

Mais uma dica importante: faça novas medidas periodicamente, porque o estoma, eventualmente, pode mudar de tamanho. Isso porque nas primeiras semanas logo após a cirurgia, a tendência é de que seja maior, por conta de um inchaço natural. Depois de cerca de seis semanas, a expectativa é de que as dimensões já sejam menores. Logo, se torna necessária a realização de nova medição e possivelmente a placa adesiva precisará ser trocada.

Mesmo passadas as semanas iniciais, é fundamental a manutenção do acompanhamento. O tamanho pode mudar após os primeiros dias ou meses. Muitas vezes, alterações no peso da pessoa podem alterar também o tamanho do estoma.

Atenção especial às futuras mamães

Ainda sobre as possíveis mudanças de tamanho, aí vai um recado especial para mulheres grávidas com estomas. Durante o período de gravidez, é importante um acompanhamento ainda mais cuidadoso, por conta das alterações constantes que acontecem no corpo durante os meses em que carrega o bebê na barriga, incluindo a mudança no tamanho na barriga e o natural ganho de peso.

Outras causas para alteração no tamanho

Há, ainda, outras situações que podem fazer com o que o tamanho do estoma mude. O processo de cicatrização dos tecidos, o envelhecimento, etc. Tudo isso pode levar a mudanças de tamanho do estoma, o que torna ainda mais importantes os cuidados de medir o estoma corretamente e com frequência.

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Você já ouviu falar na hérnia Paraestomal mas não sabe o que é isso? Não se preocupe. Vamos explicar a seguir!

Antes de apresentar o detalhe da hérnia paraestomal, vamos falar um pouco sobre o que é uma hérnia, e por que ela acontece…

Às vezes, alguns fatores pode causar um enfraquecimento nas camadas musculares que formam a parede abdominal. Com isso, na região enfraquecida forma-se um orifício, por onde podem escapar órgãos internos do abdome, como o intestino, por exemplo.

É claro, esse escape acontece para fora das camadas musculares, mas tudo se dá por baixo da pele. Para quem olha uma hérnia pelo lado de fora, ela se parece com uma protuberância, um abaulamento, na região (veja a figura abaixo).

As hérnias podem acontecer naturalmente, isto é, porque a pessoa já nasceu com algum ponto enfraquecido na parede abdominal. Por exemplo, todo mundo já viu ou ouviu falar de crianças ou adultos com hérnias na virilha (região inguinal) ou no umbigo (hérnia umbilical).

Mas também pode acontecer de esse enfraquecimento ser provocado por uma cicatriz na barriga. Sim, o local da incisão é propício ao surgimento de hérnias e por isso é necessário prestar atenção!

No caso da pessoa que tem uma ostomia, o estoma por si só já representa o ponto fraco, o orifício por onde pode acontecer algum escape. Quando isso acontece, as alças do intestino escapam e se acumulam ao lado do estoma, formando uma protuberância que tem aparência muito característica. Por isso, esse escape do intestino é chamado de hérnia paraestomal.

O que causa a hérnia paraestomal?

hérnia paraestomal é uma complicação muito comum. Muitas pessoas que têm estomas podem acabar desenvolvendo essa complicação tardia em algum momento do pós-operatório. Além disso, há até quem diga que é possivelmente inevitável não acontecer.

Muitos pacientes com hérnias paraestomais são assintomáticos – ou seja, não têm sintomas. Então, quando há queixa clínica, o mais comum é o abaulamento na região do estoma associado ou não a dor que pode ser localizada, difusa por todo o abdome, ou até mesmo na região dorsal. Além disso, abdome distendido e náuseas também podem acontecer.

Mais raramente, uma alça do intestino ou até mesmo um fragmento da gordura que existe em torno das alças intestinais (chamada de epíploon) fica preso na hérnia. Esse processo é denominado encarceramento e esta é a complicação que deve ser evitada.

Quais fatores aumentam os riscos da hérnia paraestomal?

Existem outros fatores associados ao surgimento da hérnia. São as doenças e hábitos da pessoa, que se somam à presença da ostomia aumentando a chance de acontecer uma hérnia. Confira quais são:

  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Tosse crônica;
  • Sedentarismo;
  • Diabetes;
  • DPOC (Doença Pulmonar Crônica Obstrutiva);
  • Ascite (“Barriga d’agua”);
  • Uso contínuo de corticóides.

Já tenho uma hérnia. O que fazer?

Atualmente, muitos pacientes ostomizados são portadores de hérnia paraestomal. Em muitos casos, elas são bem toleradas, não impactam negativamente no dia-a-dia e são tratadas com medidas simples como por exemplo:

  • Uso de cintas abdominais para contenção;
  • Cintos que se prendem a bolsa de colostomia para melhor firmeza.

Nos casos de ostomias temporárias, o problema é limitado, pois o reparo da hérnia ocorre quando se faz a reconstrução do trânsito intestinal.

Quando desconfiar que tem uma hérnia paraestomal?

Alguns dos sinais e sintomas mais comuns, que devem fazer você desconfiar da presença de uma hérnia são:

  • Dor: esse é o sintoma mais comum e acontece devido à distensão da parede abdominal;
  • Sangramento: a saída (prolapso) do estoma expõe mais a mucosa da alça intestinal exteriorizada, tornando-a propensa a traumatismos e, daí o sangramento;
  • Obstrução intestinal: a hérnia pode conter intestino delgado ou cólon, o que causaria a obstrução intestinal e até estrangulamento da hérnia;
  • Aparência: o prolapso e o volume da hérnia tornam evidente a condição do paciente (como um ostomizado) aumentando o estresse psicológico e diminuindo ainda mais a sua auto-estima;
  • Irregularidades abdominais: massas volumosas na região abdominal que dificultam a fixação correta da bolsa coletora, causando vazamentos;
  • Vazamentos: podem ocorrer com maior frequência;
  • Irritações e dermatites da pele periestoma: acontece devido aos vazamentos, que se tornam mais frequentes, mas também à força do esgarçamento que a pele está submetida.

Como é feito o diagnóstico?

Visualmente, a hérnia pode apresentar-se como uma protuberância, um volume deslocado para frente, com o estoma no topo desse volume.

Desta forma, estomas feitos em uma parede abdominal debilitada por conta de várias incisões cirúrgicas, apresentam grandes chances de desenvolver a hérnia paraestomal. Pois a musculatura não será capaz de contrair ao redor do estoma em situações que é necessário forçar a região abdominal, como na tosse, ou em atividades físicas, por exemplo.

E então, é solicitado pelo médico uma ultrassonografia ou a tomografia computadorizada para ter certeza do diagnóstico e planejamento da intervenção cirúrgica, se for o caso.

Existe tratamento da hérnia paraestomal?

A maioria dos casos de hérnias são tolerados confortavelmente com o uso de cintas para contenção abdominal. Além disso, aproximadamente 30% das pessoas com hérnias paraestomais necessitarão de algum tipo de correção cirúrgica.

Confira a seguir as diversas variações cirúrgicas para a hérnia parastomal:

  • Reversão da ostomia – É apenas uma opção para um pequeno grupo de pessoas que ainda tem intestinos saudáveis o suficiente para essa decisão;
  • Reparando a hérnia – melhor sucedida quando a hérnia é pequena, trata-se da costura dos músculos e outros tecidos para estreitar ou fechar a hérnia;
  • Realocar o estoma – Em alguns casos, um estoma com hérnia parastomal pode ser fechado e um novo estoma pode ser aberto em outra parte do abdômen. Porém, há o risco de uma nova hérnia parastomal pode se formar ao redor do novo estoma. A variação é preferida quando há recidiva após reparo direto com emprego de prótese ou quando a hérnia paraestomal está associada à complicações infecciosas locais que impedem o uso de prótese tais como fístulas;
  • Malha – As inserções de malha são atualmente o tipo mais comum de reparo cirúrgico de hérnia parastomal. Malhas de origem sintética ou biológica podem ser usadas, e essa decisão caberá ao médico, somente. Eventualmente, a malha se incorpora ao tecido ao seu redor, que formará uma área forte no abdômen e ajudará a impedir a formação de uma nova hérnia.

Mas não se preocupe, de um modo geral, se você não apresentar sintomas que impacte na sua rotina, não deve ser operado.

Quando devo me procurar ajuda médica imediatamente?

São raros os casos, mas o intestino pode ficar preso ou torcido dentro da hérnia. Isso bloqueará o intestino e poderá levar a um quadro muito grave, com falta de irrigação sanguínea no intestino. Por isso, chamamos esse quadro de estrangulamento, e é uma condição muito dolorosa.

O estrangulamento requer cirurgia de emergência para desfazer a torção do intestino e restaurar o suprimento sanguíneo, para que a parte obstruída do intestino não seja danificada de forma permanente, além da reparação da hérnia.

É possível viver bem com a hérnia paraestomal?

As hérnias paraestomais são uma complicação comum nas pessoas com ostomias. Entretanto, em muitos casos não apresentam sintomas ou causam apenas um leve desconforto, que pode ser gerenciado de forma eficaz com mudanças no estilo de vida, como o uso das cintas de compressão, por exemplo.

Além disso, mesmo nos casos em que o tratamento cirúrgico é necessário, geralmente a recuperação não é longa e logo, logo, você já terá retornado para a sua vida normal.

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Quem usa bolsa de ostomia sabe o quanto é desagradável e até mesmo constrangedor quando ela começa a vazar, seja onde for e quando for. Mas, afinal, o que fazer para impedir que os vazamentos da bolsa de ostomia aconteçam? Entenda agora e coloque em prática no seu dia a dia.

Quais os principais motivos dos vazamentos da bolsa de ostomia?

Geralmente, o vazamento da bolsa de ostomia acontece por diferentes motivos, quando ela não está bem ajustada ou quando o adesivo não está aplicado corretamente. Isso pode resultar em vincos e deixar a bolsa descolando, em geral, costuma acontecer em duas situações:

  • Quando há alguma deformidade da parede abdominal, como por exemplo uma hérnia de grandes proporções, ou cicatrizes extensas com retração de tecido associada;
  • Quando a técnica de aplicação da placa não está correta. Por exemplo, se a postura da pessoa causar dobras de pele no abdome, o adesivo pode não aderir perfeitamente em função da presença dessas dobras.

Outro motivo frequente de vazamentos é uma diferença grande entre o tamanho do estoma e o do orifício da placa. Por isso, o ideal é verificar se o orifício para o estoma não está muito grande ou muito pequeno antes de recortar, pois devem ser o mais próximos possível.

Entretanto, caso o orifício da placa seja maior, esse diferença não deve ser maior que 3mm. Então tenha em mente que, vez por outra, é importante usar a régua medidora e conferir direitinho o tamanho do seu estoma…

Por fim, o outro motivo muito comum para os vazamentos acontece quando a placa não adere direito à pele, porque o estoma está plano ou retraído.

Lembre-se, o ideal é que o estoma se projete um pouco para fora. Sem dúvida, isso ajuda a impedir o contato das eliminações com a pele ao redor do estoma (pele periestoma).

Às vezes, o estoma não se projeta para fora o suficiente, ficando apenas no nível da pele (plano), ou baixo (retraído). Nessas situações, é preciso que seja usada uma placa convexa, associada ou não a outros produtos auxiliares, conforme for indicado pelo seu enfermeiro estomaterapeuta.

Outras causas comuns para os vazamentos

  • Grandes alterações de peso (com perda ou ganho de tecido adiposo abdominal, a famosa “barriguinha”), que mudam a referencia anatômica da região do estoma. Essa situação causa a necessidade de revisar os produtos utilizados para fixar a placa e a bolsa;
  • Quadros de irritação ou alergia na pele, que causam umidade local;
  • Presença de pêlos na região, que não permitem que o adesivo tenha boa aderência à pele e deixam a bolsa descolando.

Como impedir que aconteçam os vazamentos?

Em primeiro lugar, a medida mais óbvia de todas, é se certificar de que está usando os produtos certos para o seu estoma. Tenha em mente que produtos inadequados podem causar esses acidentes. Por esse motivo, é preciso utilizar placas, bolsas e demais produtos (adjuvantes, como pastas, anéis, cintos ou faixas) ajustados à sua necessidade.

Outra providência importante é criar o hábito de esvaziar a bolsa antes que ela fique cheia. O correto é esvazia-la sempre que atingir um terço (ou, no máximo, metade) da capacidade total. Isso porque, caso a bolsa esteja mais cheia, poderá pesar mais do que o adesivo consegue manter. Assim, o descolamento começa e, com ele, o risco de vazamentos.

Os cuidados com a pele em torno do estoma também são muito importantes para quem tem uma ostomia. A razão é óbvia. Uma pele irritada ou lesionada não vai propiciar uma boa aderência à placa. Por essa razão, é necessário estar atento, e verificar se há sinais de irritação ou de lesões na região ao redor do estoma.

Além disso, tente manter uma boa rotina de cuidados com essa pele. Em especial, após a higiene local, vale a pena se certificar de que a pele está bem seca, antes de aplicar a bolsa. A umidade pode atrapalhar no funcionamento do adesivo.

A bolsa de ostomia está vazando! E agora?

Se uma emergência aconteceu e você notou que a sua bolsa de ostomia está com vazamento, não é preciso se desesperar. Há maneiras eficazes de solucionar o problema sem causar constrangimentos.

Tenha sempre em sua bolsa um kit de emergência que o ajude a enfrentar a situação. Dessa forma, se ocorrer vazamentos da bolsa de ostomia você pode ir a um local discreto e aplicar lenços de papel (ou papel higiênico) na região. Com o vazamento contido, você poderá encontrar um banheiro para lidar adequadamente com o ele.

Assim que encontrar um banheiro em que se sinta confortável, tente descobrir onde está o problema. Caso o adesivo da placa não esteja bem aderente à pele, não tem jeito: é preciso troca-la por uma nova. E também certificar-se de que esta nova placa está bem firme até que consiga chegar em casa.

Outra dica valiosa é manter uma peça de roupa extra em sua bolsa para que possa trocar nos momentos de imprevisto.

Compartilhe informação com outros ostomizados!

Convide amigos e familiares para conhecer mais sobre a ostomia. Combater o preconceito através da informação é essencial.

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Você já ouviu falar no Passe Livre? O benefício é um programa do Governo Federal que garante às pessoas carentes e com deficiência a gratuidade no transporte coletivo interestadual. Mas, afinal, quais são as etapas para solicitá-lo e como saber quem tem direito a essa vantagem? Entenda agora e sane suas dúvidas.

Quem tem o direito a esse benefício?

O Passe Livre foi criado em 1994, regulamentado em 2000 e seu funcionamento teve início apenas em 2012. Dessa forma, de acordo com a Lei 8899/94, o benefício é concedido às pessoas portadoras de deficiência que sejam comprovadamente carentes, ou seja, que tenham a renda familiar mensal “per capita” de até um salário mínimo.

Como o objetivo dessa iniciativa é contribuir para a inclusão social dessas pessoas, ajudando a superar limites e a se locomover com liberdade, esse direito se expande a diferentes segmentos dentro do que é considerado uma deficiência, como a física, mental, auditiva, visual ou múltipla. Em especial, é um direito que assiste às pessoas ostomizadas.

Como solicitar o Passe Livre?

O primeiro passo é obter os formulários de requerimento e o atestado médico padrão do benefício. Eles podem ser solicitados:

  • No site do Ministério dos Transportes;
  • Através do e-mail para passelivre@transportes.gov.br;
  • Enviando uma carta para o Ministério dos Transportes. Caixa postal 9600, CEP 70040-976, Brasília, Distrito Federal;
  • Ou por telefone, através do número (61) 3329-9068.

Assim que os formulários estiverem em mãos, é necessário preenchê-los e juntá-los aos documentos necessários. Por fim, bastará enviar toda a documentação para o Ministério dos Transportes, no mesmo endereço citado acima, e esperar que a análise seja feita para que a credencial do Passe Livre possa ser enviada, pelos correios, para o seu endereço.

Quais os documentos necessários?

O requerente necessita reunir alguns documentos para enviar junto com os formulários. Seriam eles:

  • Cópia de um Documento de Identidade, podendo ser a Certidão de Nascimento, a Certidão de Casamento, o Certificado de Reservista ou a própria Carteira de Identidade;
  • Uma foto 3×4 colorida e recente;
  • Carteira de Trabalho e Previdência Social, Título de Eleitor ou Carteira Nacional de Habilitação;
  • Atestado médico padrão do Passe Livre, comprovando a deficiência ou a incapacidade;
  • Requerimento padrão do Passe Livre com declaração de renda familiar mensal “per capita” igual ou inferior a um salário mínimo.

Tenho direito a um acompanhante?

É importante ter em mente que nem todos os deficientes terão direito a um acompanhante na gratuidade, somente aqueles que precisam de auxílio para se locomover. Em casos como esse, é preciso que o especialista declare no atestado médico padrão do Passe Livre a importância dessa pessoa para a locomoção do paciente, tornando indispensável sua companhia.

Inclusive, para os que tiverem o benefício, é preciso apresentar o Requerimento de Acompanhante junto com os outros documentos que serão enviados ao Ministério dos Transportes. Não se esqueça!

Como retirar a passagem?

Para retirar a passagem, o deficiente precisa ir diretamente ao balcão da empresa de transportes e apresentar a credencial e seu documento de identidade para a confirmação. É importante que ela seja solicitada até três horas antes da viagem de iniciar e o usuário deve ter em mente que esse é um direito que lhe cabe.

Toda empresa é obrigada a reservar dois assentos por viagem para atender o Passe Livre, de preferência na primeira fila de poltronas, e esse é um benefício que não pode ser negado. Se todos estiverem ocupados, o indivíduo pode escolher outro dia ou horário.

Inclusive, no momento da viagem, as bagagens e equipamentos especiais, como cadeiras de rodas, muletas e bengalas, são transportados gratuitamente e em lugar adequado e de fácil acesso.

Quais são as passagens elegíveis ao Passe Livre?

As passagens do Passe Livre são válidas para viagens de trem, barco e ônibus, desde que sejam transportes coletivos interestaduais, ou seja, os que vão de um estado para outro. Contudo, lembre-se que ele não é válido para o transporte urbano ou entre municípios dentro do mesmo estado.

Como é o processo de renovação?

O benefício do Passe Livre é válido por três anos e precisa ser renovado após esse período, mesmo que a deficiência seja permanente e que não haja perspectiva de o quadro mudar. Para solicitar essa renovação, é possível fazê-la pela internet ou manualmente.

Pela internet, é preciso:

  • Acessar a página do cadastro eletrônico e atualizar os dados do usuário, dos familiares e do acompanhante, caso ele exista;
  • Em seguida, escaneie e anexe um novo atestado médico padrão do Passe Livre, assim como foi feito pela primeira vez;
  • Caso precise de um acompanhante, a declaração do médico também precisa ser anexada.

Para fazer o processo manualmente, é necessário:

  • Enviar novamente todos os formulários e documentos necessários. Sempre preenchidos à mão e assinados;
  • Realizar o processo com, no mínimo, 30 dias para o vencimento. Afinal, este é o prazo que a equipe necessita para receber os documentos pelos Correios e enviar a nova credencial.

Telefones úteis

A equipe do Passe Livre pode ser contatada pela Central de Relacionamento do Ministério da Infraestrutura. Para isso, os telefones disponíveis são: (61) 3329-9068 ou (61) 2029-8035.

Além disso, a Ouvidoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres também fiscaliza os principais terminais rodoviários e você pode entrar em contato pelo telefone 166.

Sou ostomizado. E agora?

O Passe Livre está entre os direitos das pessoas ostomizadas e você pode solicitar sua credencial seguindo todos os direcionamentos dispostos nesse texto. Contudo, se você precisar de uma rede de apoio maior, nós estamos aqui para ajudar.

A Osto+ é uma rede para pessoas com ostomia e traz em seu site uma série de informações, dicas e histórias inspiradoras que podem te auxiliar e encarar esse processo de cabeça erguida.


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